(07/02/2021) – Funcionários da indústria de autopeças Nakata de Diadema, no ABC paulista, fizeram uma manifestação na última terça-feira, 2, contra a decisão da empresa de transferir a unidade fabril para a cidade de Extrema, no sul de Minas Gerais, onde já funciona um dos centros de distribuição da companhia.
O temor é de que todos os 225 empregados da unidade sejam demitidos em razão da mudança, que vai começar no fim de março e deve ser concluída no final de abril. A Nakata ainda não se pronunciou sobre quantos postos de trabalho serão fechados.
Em nota, a empresa declarou que “neste momento, nossa maior preocupação é com os nossos colaboradores. Por isso, estamos empenhados em estabelecer um pacote de desligamento satisfatório. Queremos garantir que todos se sintam atendidos, reconhecidos, valorizados e suportados”.
A Nakata afirmou ainda que a mudança de cidade “visa otimizar processos e aumentar ainda mais a sinergia dos negócios da companhia”.
A empresa, na verdade, vinha anunciando investimentos na cidade mineira há um bom tempo. No fim de 2019, por exemplo, revelou que dobraria a capacidade do seu centro de distribuição em Extrema, chegando a 23,4 mil m², além de prometer investimentos em processos e tecnologias.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está buscando saídas para preservar os empregos. Em reunião com representantes da Nakata na última segunda-feira, 1, o sindicato apresentou alternativas, mas segundo seus representantes não houve abertura de diálogo por parte da empresa.
A entidade classifica a atitude da Nakata como “traição”, pois, mesmo com alta lucratividade, estaria há quatro anos se organizando para deixar Diadema, sem nenhum comunicado prévio aos trabalhadores e ao sindicato.
Fundada há 65 anos e comprada no final do ano passado pela Fras-Le, do Grupo Randon, a Nakata é uma das maiores fabricantes brasileiras de autopeças voltadas para o mercado de reposição.
Além da fábrica em Diadema e do centro de distribuição em Extrema, tem ainda um centro de tecnologia e desenvolvimento em Osasco e um centro de distribuição em Santo André, ambos na Grande São Paulo. A companhia exporta para mais de 20 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania.