(30/04/2017) – Com as vendas para as montadoras em ritmo lento, praticamente todas as indústrias de autopeças presentes à Automec, feira realizada na semana passada em São Paulo, anunciaram ações para ampliar a participação no mercado de reposição (aftermarket). E as empresas que não atuavam nesse segmento diretamente, caso da Dana, lançaram linhas para atender esse mercado.
O motivo é simples: as empresas querem participar do crescimento que está se verificando no mercado de veículos usados. Em meio à crise, as famílias têm optado por não trocar de carro. Assim, cresce a demanda por serviços de manutenção e a procura por peças de reposição.
Esse fato elevou a participação da reposição no faturamento da indústria de autopeças de 14% para 23% no ano passado. “O aftermarket foi o grande oxigênio para muitas empresas no ano passado”, informou Elias Mufarrej, conselheiro do Sindipeças, durante coletiva de imprensa na Automec, acrescentando que a tendência é que este segmento de mercado se mantenha em crescimento.
De acordo com dados do Sindipeças, o mercado de reposição cresceu 2,3% em 2016, enquanto a venda de autopeças originais (para as montadoras) encolheu 1,3%. Porém, vários grandes fabricantes do setor deram declarações durante o evento relatando crescimento bem superior ao índice do Sindipeças, todos na casa dos dois dígitos.
É o caso da Schaeffler, detentora das marcas LuK, INA, FAG e Ruville. A empresa tem registrado crescimento de dois dígitos nos últimos anos no mercado de reposição. “E a expectativa também é de crescimento em 2017, entre 10 e 20%”, disse Rubens Campos, vice-presidente de Aftermarket da Schaeffler.
Já a Gates registrou alta de 20% no ano passado, sendo que no mercado de reposição o aumento foi ainda mais expressivo, de 29%. E a tendência é de expansão. “Fechamos o primeiro trimestre com 22% de crescimento”, informou Sidney Aguilar, diretor de Vendas e Marketing da Gates do Brasil, acrescentando que o mercado de reposição responde por 70% do faturamento da empresa.
Na BorgWarner o foco no mercado de reposição não é apenas local, mas global. A multinacional pretende dobrar o faturamento no mercado de reposição até o ano 2020. A filial brasileira, nesse sentido, está implantando uma única filosofia (One Aftermarket BorgWarner) para as cinco unidades de negócios que mantém no País com o objetivo de fazer frente à concorrência no segmento de reposição. “Nosso objetivo, em 2017, é alcançar um crescimento de dois dígitos”, afirmou Nelson Bastos, responsável pela área de Aftermarket da companhia.