(24/01/2016) – Em 2014, a Abimaq – em conjunto com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e o BNDES – concluiu um plano de modernização do parque industrial. A proposta, que chegou a estar na pauta do governo, acabou não sendo levada à prática diante da necessidade de ajuste fiscal.
Agora, diante da estratégia do próprio governo de estimular as exportações e retornar o crescimento a partir do mercado externo, a entidade decidiu retomar o plano, que chegou a ser chamado num primeiro momento de Inovar Máquinas e, depois, de Modermaq. “Nosso parque industrial está envelhecido, a média de idade das máquinas é de 17 anos [dados de 2013], contra 5 anos do parque industrial da Alemanha, por exemplo. Para exportar, a indústria brasileira precisa investir em competitividade e produtividade”, afirma José Velloso, presidente-executivo da Abimaq.
Para reapresentar o plano ao governo, a entidade está reavaliando e readequando a proposta original. “Dois itens do plano original, o financiamento através do PSI e os incentivos através de créditos outorgados de impostos federais, estão prejudicados. O PSI acabou e a necessidade de ajuste fiscal inviabiliza o segundo”, destaca Velloso.
Na Abimaq, foi formada uma comissão para estudar novas formas de estímulos, pois, como lembra Velloso, sem algum tipo de estímulo e incentivo, e diante da retração atual do mercado, as indústrias não devem estar muito dispostas a investir. “Forçosamente, para estimular as empresas a investir recursos em modernização terá de estar embutido no plano algum tipo de incentivo”.
No plano original constava para que, para ter o benefício, a empresa teria de sucatear a máquina (se vendida, a máquina continuaria o mercado). No total, estimava a Abimaq, o plano iria movimentar cerca de R$ 23 bilhões. No novo plano, estuda-se a princípio a renovação apenas das máquinas com mais de 20 anos, o que calcula-se movimentaria cerca de R$ 6 bilhões.
Para o presidente-executivo da entidade, mesmo que o não seja possível operacionalizar o plano neste momento, devido as restrições do ajuste fiscal, o governo pode dar encaminhamento à proposta: criar as linhas, trabalhar na aprovação das leis, dar curso a toda a demorada agenda de estruturação e deixar tudo pronto para que entre em vigor 2017.
O novo plano deve ser apresentado ao Conselho de Administração da Abimaq em fevereiro e, posteriormente, levado ao governo. Velloso acredita que o plano será bem recebido, pois a renovação do parque industrial é uma das prioridades do ministro Armando Monteiro (MDIC). “Durante a Feimec, feira que será realizada em maio, estamos organizando um seminário onde iremos discutir manufatura avançada e o plano de modernização com o MDIC, o BNDES e Ministério de Ciência e Tecnologia”, informa. “Seria ótimo se o governo anunciasse a adoção do plano já durante a Feimec”.
