(08/11/2015) – Na indústria aeroespacial mundial existe atualmente uma tendência de migração dos centros de usinagem verticais de 3 eixos para centros horizontais de 4 e 5 eixos. A informação foi dada por Karl Lippert, gerente de Produto da Makino nos Estados Unidos, em palestra realizada durante o 1º Smart Manufacturing Aerospace, no final de outubro em São José dos Campos (SP).
Lippert explicou que essa tendência tecnológica foi levantada pelo Makino Aerospace Group, departamento com instalações no Japão, EUA e Europa, que desde 1985 vem coletando informações e realizando pesquisas junto à indústria aeroespacial. As pesquisas detectaram essa tendência de migração de tecnologia com objetivo de obter, entre outros benefícios, “ganhos em produtividade, flexibilidade e redução de custos por peça produzida”.
Para Lippert, um bom exemplo de ganho de produtividade entre os dois tipos de máquinas é que, durante os setups, operações de carga e descarga de peças ou mesmo durante a limpeza da máquina, o spindle do centro de usinagem vertical fica inativo. Já o centros horizontais conseguem realizar essas mesmas operações com o spindle em funcionamento e executar diversas tarefas ao mesmo tempo.
Por ter o spindle orientado na horizontal – acrescentou – os centros horizontais conseguem ter maior rigidez, precisão e estabilidade. Além disso, contam paletes removíveis e possuem maiores e melhores guias lineares. "Uma guia duas ou três vezes maior contribui para a rigidez da máquina", afirmou. Outra vantagem é que os cavacos são acumulados na base fundida da máquina "e o gerenciamento deles começa por ali", enfatizou.
Testes realizados pela Makino mostram que existe uma relação natural entre a maior rigidez da máquina e o desempenho de corte: o ganho vai de 12% a 29% em velocidade na usinagem, dependendo do material. Além disso, a relação rigidez x velocidade aumenta o tempo de vida de ferramenta. Outras vantagens dos centros horizontais são: permitir avanços mais altos, precisão mais consistente, menor tempo de ajuste e um processo de fabricação mais robusto.
O gerente lembrou ainda que os centros de usinagem horizontais da Makino possuem uma coluna da máquina com peso reduzido, o que também colabora para melhorar o desempenho. "Com esse tipo de geometria, todos os esforços que vêm do spindle são direcionados e dissipados na base da máquina, que é mais rígida. Com isso, reduz o peso, garante alto grau de rigidez e elimina a deflexão, mesmo com o spindle na posição mais alta", explicou.
Lippert apontou ainda seis vantagens dos novos centros de usinagem horizontal da Makino para a produção. São eles: maior rigidez na estrutura da máquina; a gravidade torna-se amiga, já que os cavacos são facilmente removidos, caem automaticamente e não ficam grudados na peça; há um aumento de eixos, para, no mínimo, quatro; o envelope de trabalho é maior; e as funções sem corte tornam-se mais rápidas, como, por exemplo, a troca de ferramentas.
"Além do desafio técnico de se produzir as peças – o que envolve fixações, ferramental e o próprio processo de usinagem – existe algo a mais que pode ser oferecido. Para as empresas serem mais competitivas, é preciso olhar além", comentou Lippert na palestra. O gerente lembrou que a escolha das máquinas deve ser baseada no binômio produtividade x performance. “As novas tecnologias são, naturalmente, mais caras, mas garantem rentabilidade na operação e aumento da produtividade, o que proporciona uma excelente relação custo-benefício”.
EVENTO – O 1º Smart Manufacturing Aerospace, seminário promovido pela Makino e o Grupo Bener, em parceria com o Cecompi – Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista, foi realizado no Centro Tecnológico Aeroespacial de São José dos Campos e reuniu mais de 160 participantes. “A procura foi maior do que esperávamos para um evento em sua primeira edição", disse Carlos Ibrahim, diretor-geral da Makino no Brasil, avaliando a possibilidade de promover novas edições do evento. "Tende a ser um seminário anual. A indústria renova seus processos, produtos e tecnologias constantemente. Um evento como esse é uma oportunidade de atualização para todo o segmento".
O evento contou também com palestras de vários parceiros da Makino, da Bener e do Cecompi, como a Blaser Swisslube, DataBot, Embraer, ESSS, Hexagon, Sandvik Coromant, Schunk, Sisma, Stratasys e Tecmes.