(23/03/2014) – O mercado brasileiro de ferramentas está mais pobre em 2014. A alemã Komet e a chinesa TDC Tools estão reestruturando suas subsidiárias no Brasil, o que significa que foram encerradas (ou suspensas) três fábricas de especiais: a da Komet, em Guarulhos; e as duas unidades da TDC, em São Paulo e Manaus. As empresas irão manter suas atividades comerciais no País.
A informação chega a surpreender, na medida em que ambas as empresas fizeram investimentos recentes na produção. A Komet, que produzia especiais no Brasil desde 1999 (desde 2007 em Guarulhos), recentemente recebeu modernos equipamentos para a produção de ferramentas de PCD. Já a TDC Tools, que fabricava especiais em São Paulo desde 2008 e em Manaus desde 2010, no ano passado havia dobrado a capacidade de produção da unidade amazonense, com investimento de US$ 1 milhão.
TDC TOOLS – A direção mundial da Top-Eastern Drill, com sede na China, decidiu suspender temporariamente as atividades fabris no Brasil. Os motivos apontados foram a baixa lucratividade das operações, resultado da instabilidade do mercado brasileiro.
Helio Ito, gerente-geral da TDC Brasil, faz questão de frisar que a suspensão é temporária. E principalmente que a operação comercial está mantida. “Mudamos o foco e vamos investir pesado no comércio de ferramentas standard”, afirma, enfatizando que há cerca de um ano a matriz inaugurou um complexo industrial de alta produção em Dalian, na China, que recentemente passou a operar com 100% da capacidade.
O gerente lembra ainda que o grupo TDC, que anos atrás adquiriu várias marcas internacionais, como Greenfield e Cleveland, que pertenciam à Kennametal, e a alemã Werko, está negociando a aquisição de outras duas marcas europeias. Esses movimentos, de acordo com Ito, reforçarão a capacidade comercial da filial brasileira, que hoje conta com mais de 300 revendas no País.
KOMET – A subsidiária brasileira da Komet passa por uma forte reestruturação desde o final do passado. Nesse período, vários integrantes das equipes comercial, técnica e de produção deixaram a companhia. Segundo se comenta no mercado, parte dos equipamentos fabris devem ser transferidos para outra unidade do grupo, provavelmente para a filial mexicana.
Procurada pelo site Usinagem-Brasil para a realização de uma entrevista, a empresa optou por se pronunciar por intermédio de um comunicado oficial, intitulado “Komet reestrutura suas atividades no mercado brasileiro”, como segue:
“O Grupo Komet é um dos principais fabricantes de ferramentas de precisão, servindo clientes em todo o mundo através de mais de 20 subsidiárias e empregando mais de 1600 pessoas. A Komet do Brasil foi fundada há mais de 15 anos e é parceira da indústria brasileira no mercado de engenharia automotiva, de energia e de engenharia geral”.
“A fim de melhorar o atendimento ao cliente, a Komet reestruturou o foco de suas atividades no mercado brasileiro. A nova estrutura coloca uma forte ênfase em suporte a aplicativos para os clientes. Isto inclui também a implantação do conceito Komet Serviço que é voltado para a reafiação e repastilhamento em 25 parceiros em todo o mundo e tem um histórico de qualidade superior e tempos de resposta mais rápidos. Como consequência desta nova estratégia, Komet fechou seu próprio local de produção e integrou sua experiência completa com o atual parceiro Komet Serviço”.
“A dinâmica específica do mercado brasileiro requer soluções inovadoras e flexíveis. Consequentemente a Komet quer estar mais perto das soluções de nossos clientes usando toda a experiência do parceiro local em reafiação e repastilhamento, integrado com a excelência da engenharia da Komet”, explica o Dr. Christof Boensch, CEO do grupo Komet.
