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09/03/2014

Investimento da Petrobras não chega ao setor de máquinas


(09/03/2014) – O setor que mais investe no Brasil atualmente é o de óleo e gás, onde se destaca a Petrobras com investimentos realizados em 2013 no montante de R$ 104 bilhões. Porém, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos não tem se beneficiado desses recursos. É o que afirma José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, entidade que reúne os fabricantes nacionais de bens de capital mecânicos.

“Vendemos hoje para o setor de óleo e gás apenas 50% do que vendíamos no passado, antes da introdução da política de conteúdo local”, diz Velloso, em resposta à pergunta sobre os reflexos no setor do corte de investimentos na Petrobras. (A estatal anunciou que investirá R$ 94 bilhões em 2014, cerca de 10% menos que o total do ano passado).

“Pode-se dizer que hoje o nosso setor não fornece para o setor de óleo e gás”, acrescenta, frisando que apenas 7% dos investimentos da Petrobras são destinados a máquinas e equipamentos produzidos no Brasil. “Os 93% restantes são importados”. O executivo ressalva que no caso dos investimentos offshore a participação nacional cresce para 12%, já que para os investimentos onshore não existe exigência de conteúdo local.

Assim, apesar da expressiva capacidade de investimento da indústria de óleo e gás, este setor representa apenas 8% do faturamento da indústria brasileira de bens de capital mecânicos, segundo levantamento da entidade realizado no final de 2013. “E neste número estão incluídos todos os fornecimentos para o setor de óleo e gás e não só os da Petrobras e ainda os fornecimentos feitos aos segmentos de energia eólica e etanol”.

A Petrobras, por sua vez, em várias ocasiões tem afirmado que cumpre os 70% de conteúdo local. De acordo com Velloso, a informação procede, mas não deixa claro alguns detalhes importantes. Por exemplo, nos casos das plataformas entregues recentemente, como a P57: são contratos firmados em 2006/2007, quando a estatal se comprometeu a adquirir no Brasil 70% do que então era produzido no País, o que representava apenas 30% dos itens de uma plataforma. Portanto, do volume total da P57 apenas 21% foi adquirido no País.

Mas aí entra outro detalhe, como destaca Velloso. As compras da Petrobras são feitas por intermédio das EPCs (Engineering, Procurement and Construction), em geral grandes empreiteiras nacionais, como Odebrecht, Camargo Correa, Queiroz Galvão… “Uma EPC, quando ganha um pedido da Petrobras, não é obrigada a cumprir o conteúdo local. Então, como compra em reais e no Brasil, a Petrobras considera como se nacional fosse”.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) é a encarregada de fiscalizar a origem e a exigência do conteúdo local. “Porém, a ANP fiscaliza apenas o primeiro elo da cadeia. Não chega até o segundo”, afirma.

O presidente-executivo da Abimaq acrescenta que se a crise é grave no setor de máquinas e equipamentos como um todo, é ainda pior entre os fabricantes de equipamentos para o setor de óleo e gás. “A capacidade ociosa dessas empresas chega a 60%”. E o resultado, segundo ele, é que muitas empresas estão demitindo funcionários e começa a haver desindustrialização. Ou seja, algumas empresas já deixaram de ser fabricantes para se transformar em importadores, distribuidores ou representantes comerciais.

Velloso diz que a entidade e seus associados já não acreditam numa mudança neste quadro no curto prazo. “Nós solicitamos uma audiência com a presidente da Petrobras em janeiro de 2013, já renovada em algumas ocasiões, e até hoje não fomos recebidos”.

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