(15/12/2013) – A sinalização das montadoras Fiat, Volkswagen e General Motors de que seus pedidos de moldes ficarão no Brasil em 2014 soou como alívio para as ferramentarias, que estavam perdendo encomendas para suas concorrentes asiáticas. “O Inovar-Auto vai impulsionar as vendas do setor”, afirma Paulo Braga, um dos coordenadores do Arranjo Produtivo Local (APL de Ferramentaria) do ABC.
Braga observa que, desde que foi anunciado, em outubro de 2012, o Inovar-Auto atraiu R$ 8,3 bilhões em investimentos para o País, mas os impactos no setor até aqui foram pequenos. “Tivemos alguns reflexos este ano, que permitiram ao setor sobreviver e se manter estável. Para o ano que vem, acredito que será possível crescimento de 50% sobre 2013”, comenta.
A efetivação de investimentos é encarada como um incentivo para tirar do papel um programa de crédito específico para o setor, que entidades ligadas às ferramentarias entregaram no começo deste ano ao governo (BNDES e MDIC). De acordo com Braga, o principal entrave para a concessão de crédito é a falta de certidão negativa das empresas do setor – problema que afeta 95% das ferramentarias brasileiras.
No momento, o APL do ABC busca financiamento junto a entidades financeiras para a concessão crédito às empresas do setor visando a quitação dessas dívidas. A maioria delas, segundo Braga, trabalhistas. As conversas estão sendo feitas com um fundo de investimento, Bradesco, Caixa Econômica e Banco do Brasil.
No campo tecnológico, a entidade também fechou recentemente duas parcerias com instituições de ensino. Uma com o Senai Piracicaba, para testes com aço híbrido, e outra para a criação do Núcleo Avançado de Inovação Setorial (NAIS/Ferramentaria), esta com o Instituto Mauá de Tecnologia e a Universidade Federal do ABC (Ufabc).
O NAIS/Ferramentaria – que envolve investimento de R$ 6 milhões, com financiamento público – será um centro de inovação e prestação de serviços em modelagem 3D, simulação, projetos, design e prototipagem para atender as empresas de Ferramentaria do ABC e de outras regiões do Brasil. Segundo Braga, o NAIS irá ampliar a competitividade do setor e possibilitará redução de custos de até 25% nos novos projetos de moldes.
