São Paulo, 26 de abril de 2024

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10/07/2011

Não chute a lata de cavaco

(10/07/2011) – Vou cometer aqui uma quase indiscrição, reproduzindo trechos de uma conversa virtual entre estudantes de engenharia e profissionais de engenharia mecânica. Cheguei à página sem querer e achei a conversa bastante curiosa e ilustrativa. Informal, sem academicismos, o diálogo abaixo poderia estar num livro didático de engenharia ou numa reportagem sobre escolha de profissões.

A conversa está num grupo de discussão no Orkut sobre engenharia mecânica – que aliás tem mais de 33 mil membros!!! Como ninguém se identificou nos posts, espero que ninguém fique chateado (pelo contrário) com a reprodução aqui.

Há cerca de uma semana um “anônimo”, postou o seguinte: “Usinagem… Tô no 4º período e na dúvida se estou no curso certo, já que descobri que não suporto usinagem. Isso é normal pra um estudante de engenharia mecânica? Ou ele ter afinidade com essa área é fundamental pra vida profissional dele? Opinem aí, porque dependendo das respostar pode ser que no semestre que vem, quando eu for pagar de novo, eu tente gostar mais disso”.

A primeira resposta não foi nada animadora. “Engenheiro mecânico sem usinagem é foda. É como ser médico e não gostar de sangue. Faz parte rsrs.”

Mas em seguida vieram mensagens mais positivas. “Usinagem fica melhor quando se trabalha na oficina. Aí você vai terminar gostando mais”.

“Naturalmente as pessoas tendem a se dedicar a uma área específica da engenharia. Nada de errado em gostar mais ou menos de algumas disciplinas. Eu, por exemplo, não curto muito coisas relacionadas à termodinâmica, troca de calor, mas me amarro em projetos de máquinas (usinagem, elementos de máquinas, mecanismos etc.). E assim vou indo, já que é mesmo impossível me dedicar a tudo o que se refere a engenharia mecânica. Amplo demais. O problema não é não gostar, é não ter noção do que significa ou de como usar quando precisar”.

“Relaxa que engenharia mecânica é MUITO mais do que somente usinagem. O que não falta em mecânica é área para se identificar e estudar”

“Muitas vezes somos obrigados a executar funções das quais não gostamos, isso ocorre em qualquer área. Você não precisa gostar de usinagem, apenas precisa saber que ela é importante no processo de execução de um projeto bem-elaborado, muitas vezes você será obrigado a executar um projeto conjunto com as máquinas que a empresa disponibiliza para fabricação, (para tanto precisa) conhecer as máquinas da oficina e o que elas podem oferecer de melhor na execução das peças projetadas. É fundamental você conhecer o processo de fabricação. Com o tempo você vai se adaptando é acaba gostando do cheiro de óleo solúvel, supervisor de usinagem correndo ou ligando para você resolver problemas na usinagem … rsrs. O desafio será uma constante na área, espero que você não desista !!!”

No dia seguinte, o autor do primeiro post retorna para agradecer. “Hum. Entendi. Na verdade eu não gostar de usinagem hoje engloba uma série de fatores! Não é culpa da matéria. No 4° período é que de fato comecei a ver matérias mais específicas da mecânica, como sólidos, usinagem, dinâmica etc. Antes disso eu basicamente só estudei cálculo e física e não fiz antes curso técnico. Pois é, aí chega o professor chega passando o assunto como se a gente já tivesse uma base forte em usinagem, com aquela linguagem bem técnica. À primeira vista, para quem não tem nenhuma noção, desestimula. Me senti assim e não encontrei maneiras de me aprimorar no assunto… Vou repetir essa matéria (está e minha primeira reprovação). Tô triste, mas é assim mesmo. Mais justo reprovar e realmente aprender da próxima vez, visto que é algo importante pra vida profissional. Mais justo do que passar sem saber de nada e no futuro precisar e ter que sofrer pra aprender”.

E, por fim: “Dificuldades no curso de Engenharia, como em qualquer outro de Exatas, sempre surgem para todos. Os dois primeiros anos são a base, ou seja, um turbilhão de disciplinas de cálculos que tem como principal objetivo “abrir” a mente do aluno. Por isso, engenharia é um dos poucos cursos que você não consegue fazer sem ter realmente aptidão. É um curso sincero e de muita responsabilidade, não se permitindo erros. Acho que é por isso que me apaixonei por essa profissão. Se você realmente gosta, leve a sério e tenha paciência, após os dois primeiros anos você verá o curso com outros olhos. Faça o que você gosta, se identifica, não apenas pensando no salário e mercado. Se você gostar do que faz superará os obstáculos, porque terá vontade de seguir em frente. Toda carreira, principalmente no início, tem seus desafios. Força aí parceiro, não chuta a lata de cavaco nesta etapa, o pior já passou!”

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