(11/04/2021) – Levantamento realizado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria indica que as indústrias, tanto as extrativas como as de transformação, assim como as empresas da indústria de construção civil, continuam com dificuldade para obter insumos e matérias-primas produzidos no país.
Segundo a pesquisa, estão nesta situação 73% das indústrias e 72% das empresas de construção. Os percentuais permanecem próximos dos registrados em novembro de 2020, quando 75% e 72%, respectivamente, observaram o problema. A sondagem foi feita com 1.782 empresas ao longo de fevereiro.
“Diante deste quadro, as expectativas de normalização das cadeias produtivas, que prevíamos para este semestre, estão frustradas”, diz Robson de Andrade, presidente da CNI, segundo quem a desestruturação das cadeias ainda é fruto das incertezas que a economia atravessou na primeira onda da pandemia.
Andrade explica que a compra de insumos por praticamente todas as empresas das cadeias de produção foi cancelada e os estoques, reduzidos. E a rápida retomada da economia no segundo semestre de 2020 não pôde ser acompanhada no mesmo ritmo por todas elas, gerando dificuldades em vários elos.
A compra de insumos importados também está complicada. Segundo a pesquisa, 65% das empresas da indústria geral estão com dificuldades para consegui-los, mesmo pagando mais caro. O percentual sobe para 79% no caso das empresas do setor de construção.
A desvalorização do real vem cumprindo igualmente papel negativo. Tornou as exportações mais atrativas e redirecionou parte do fornecimento dos insumos locais para o mercado internacional, e aumentou o custo dos insumos importados.
Os empresários também se mostraram cautelosos em relação ao futuro próximo: 37% das empresas esperam que a situação se normalize nos próximos três meses, 42% preveem melhora apenas para o segundo semestre e 14% só veem um cenário mais positivo em 2022.
Dentre os setores com mais dificuldade para atender sua demanda estão metalurgia, veículos automotores, máquinas e equipamentos, móveis, têxteis, celulose e papel, madeira, máquinas e materiais elétricos, produtos de metal, material plástico e outros equipamentos de transporte.
