(22/11/2020) – A Embraer assinou na última terça-feira, 17, um contrato com o governo da Hungria para a venda de duas aeronaves de transporte Embraer KC-390 Millennium, em um negócio estimado em R$ 1,62 bilhão.
O país europeu comprou a versão do avião com capacidade de reabastecimento aéreo, com o pacote incluindo ainda o treinamento de pilotos e o suporte técnico.
Os aviões serão entregues para a força aérea da Hungria em 2023 e 2024. É o segundo país integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental, a comprar o avião.
A Embraer já tinha vendido para Portugal cinco KC-390, por R$ 5,32 bilhões. Os portugueses deverão receber seus aviões em 2023.
“O KC-390 é a aeronave de transporte multimissão mais avançada disponível no mercado”, disse Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. “A Hungria optou por um avião que oferece excelente produtividade, com uma combinação incomparável de velocidade, carga útil e reconfiguração rápida para as mais diferentes operações”.
A aquisição do KC-390 é parte do processo de fortalecimento das forças armadas da Hungria, especificamente nas funções de transporte aéreo tático e evacuação médica.
Para a Embraer, a entrada no mercado militar-aeronáutico de Portugal e da Hungria é vista como estratégica. Os países da Otan têm comunalidade em muitos de seus equipamentos e, assim, há a expectativa, entre executivos da fabricante brasileira, de novas aquisições no continente europeu.
Além disso, alguns países europeus estudam integrar-se a uma rede única de cargueiros e aviões de reabastecimento, para poupar custos, e o KC-390 pode emergir como opção.
O jato birreator brasileiro leva até 26 t de carga, o que o coloca em competição direta com o americano C-130 Hércules, clássico quadrimotor a hélice que voa desde os anos 1950 e transporta 19 t, e com o cargueiro A400M, da Airbus, que leva 37 t, mas é uma aeronave mais cara e maior.
A Força Aérea Brasileira (FAB) comprou 28 KC-390, em um contrato de R$ 7,2 bilhões. O primeiro avião foi incorporado em 2019 e outros dois também já entraram em operação. A quarta unidade deverá ser entregue pela Embraer no fim deste ano.
