(31/05/2020) – Dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil apontam que a produção nacional de aço bruto em abril foi de 1,8 milhão de toneladas, registrando retração de 39% frente ao mesmo mês em 2019. A produção de laminados (1,2 milhão de toneladas) e de semiacabados (599 mil toneladas) também sofreram queda de 36,6% e 23,8%, respectivamente.
No mesmo período, as vendas internas recuaram 35,6% em relação a abril do ano passado, atingindo 976 mil toneladas. No consumo aparente de produtos siderúrgicos – 1,1 milhão de toneladas – a queda foi um pouco menor, 34,6%.
Já as exportações (883 mil toneladas) estão 17% abaixo do mês de abril de 2019. As importações foram de 186 mil toneladas e US$ 182 milhões, o que representa queda de 24% em quantidade e de 19,8% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Na comparação mês a mês, em relação a março de 2020, a produção caiu 32,7% e as vendas internas 34,4%. O consumo aparente de aço sofreu queda de 31% e as exportações de 36,5%, em função das condições adversas do mercado internacional.
De acordo com o presidente executivo do Instituto, Marco Polo de Mello Lopes, os dados demonstram a gravidade da crise de demanda na indústria do aço. “O que levou a operar apenas com 42,2% da sua capacidade instalada, quando deveria estar operando acima de 80%”, afirma.
Para Lopes, a não flexibilização da situação pode levar a novas paradas de equipamentos, fechamento de plantas e aumento do desemprego. “Cabe ressaltar que a indústria brasileira do aço entende que a flexibilização deve ser feita com base em protocolos de segurança que protejam a população, tendo como prioridade absoluta a saúde", explica Lopes.
Acumulado – No acumulado do ano – janeiro a abril – a produção brasileira de aço bruto alcançou 10 milhões de toneladas, queda de 14,3% frente ao mesmo período de 2019. A produção de laminados foi de 7,1 milhões de toneladas (queda de 9,3%) e a fabricação de semiacabados para venda foi de 2,7 milhões de toneladas, registrando retração de 13,2%.
Na mesma base de comparação, as vendas internas foram de 5,6 milhões de toneladas, com queda de 9,5%. O consumo aparente está, nos quatro primeiros meses de 2020, 9,4% menor em relação ao mesmo período do ano anterior.
As importações alcançaram 705 mil toneladas, caindo 17,8%. Em valor, as importações atingiram US$ 745 milhões, apontando queda de 13,4%. Já as exportações atingiram 4,1 milhões de toneladas e US$ 2,1 bilhões de janeiro a abril de 2020. Tais valores representam, respectivamente, uma queda de 5,1% e de 17,5%.
Índice de confiança – O Instituto Aço Brasil também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço do mês de maio, que atingiu 26,9 pontos. Apesar do crescimento de 10,6 pontos em relação a abril, o índice se mantém em um patamar extremamente baixo, bem abaixo dos 50 pontos (valores acima de 50 pontos indicam confiança).
Segundo o Instituto, o registro mostra que os CEOs do setor siderúrgico continuam sem confiança sobre o cenário atual e, também, em quanto às expectativas para os próximos seis meses.
