São Paulo, 01 de maio de 2024

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30/05/2020

Os impactos da pandemia na importação de máquinas

(31/05/2020) – Em tempos de pandemia e de isolamento social, a insegurança assola muitos setores industriais. Desde março, a atividade industrial no Brasil (e no mundo) vem caindo sensivelmente e o setor metalmecânico – que tem entre seus principais consumidores a indústria automotiva e a aeronáutica – enfrenta uma crise sem precedentes.

Com o chão de fábrica paralisado ou operando em ritmo menor, não há perspectiva de investimentos em maquinário, o que põe em risco não só fabricantes e fornecedores, mas também os importadores de máquinas e equipamentos. “Com o mercado parado há 75 dias, os investimentos foram suspensos pelas empresas. O maior problema de todos é previsibilidade. Sem ela não é possível planejar ou revisar planejamentos. É como se estivéssemos em meio à neblina”, diz Paulo Castelo Branco, economista e presidente executivo da Abimei – Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais.

Segundo Castelo Branco, o último semestre de 2019 e os dois primeiros meses de 2020 apresentavam uma melhora em relação às vendas, o que gerava grande expectativa no setor. Mesmo com a alta do dólar, desde o início do ano, os resultados “eram muito melhores do que os do início do ano passado”.

O presidente executivo da Abimei acredita que gradativamente as atividades serão retomadas. “Mas não temos como prever até onde essa situação vai e nem como vai ser. A indústria, sem dúvidas, vai continuar sentindo todos os impactos da pandemia e da incerteza causada por ela”, complementa.

Questionado sobre uma possível retomada do mercado no último trimestre de 2020, Castelo Branco explica que, caso isso acontecesse, principalmente em relação à importação de máquinas e equipamentos, alguns problemas viriam à tona. “Primeiramente, existirá um orçamento anual declinado por conta do coronavírus. Na área industrial quando falamos de investimentos, em especial em importação, existe um tempo para a produção do equipamento, embarque, transporte, chegada ao Brasil e liberação. Dependendo do tipo de máquina, os trâmites podem levar de quatro a seis meses. Então, o que for decidido até o começo de julho, é possível entregar ainda esse ano. Depois disso, somente em 2021”. Ele classifica a situação como dramática, já que o planejamento para o próximo ano também está comprometido devido à insegurança e imprevisibilidade atual.

Castelo Branco também aponta que o atual cenário deve causar uma mudança significativa no modelo de negócios empregado pelo setor industrial. “O mundo estava em meio a uma transformação digital e tudo isso vem ao encontro das mudanças pelas quais estamos passando, como o distanciamento social. É preciso testar novos caminhos”, afirma. Com o cancelamento das feiras industriais, algumas empresas estão demonstrando seus produtos em estandes virtuais, em uma tentativa de manter a proximidade com os clientes e fomentar negócios. “Agendar uma feira para julho, por exemplo, é um grande risco. Então, a digitalização está sendo acelerada. Isso está mostrando que o modelo de negócios vai mudar, inclusive com redução de custos, que é muito importante para as coisas poderem continuar”, observa.

Sobre a alta (e também oscilação) do câmbio, Castelo Branco diz que apesar encarecer a aquisição de máquinas importadas, as empresas vão precisar investir em tecnologia “muitas vezes ainda não são produzidas no país” para manufaturar componentes e subcomponentes para o mercado nacional e, também, outros países da América Latina. “Temos que ser otimistas e a Abimei é uma entidade positiva. Essa fatia da indústria, se fortalecida e com bom maquinário, pode produzir para o mercado interno e externo, o que vai gerar empregos, impostos, entre outros benefícios. Precisamos lutar para trazer tecnologia para o Brasil e aumentar os investimentos em produção”, finaliza.

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