(05/04/2020) – A Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos divulgou, em 31 de março, o balanço do setor de bens de capital referente ao mês de fevereiro. De acordo com a entidade, o setor de máquinas e equipamentos sofreu retração de 1,7% (R$ 17,9 bilhões) no primeiro bimestre de 2020.
No mês de fevereiro, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos chegou a R$ 10 bilhões, marcando alta de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A melhora está relacionada à expansão das vendas no mercado externo.
Conforme divulgado pela Abimaq, o comportamento da indústria em fevereiro esteve alinhado com uma já tradicional sazonalidade neste mês, além de um início de ano com vendas fracas, mas que ganham força ao longo do primeiro semestre.
O mercado doméstico apresentou queda de 6,1% e, como consequência, o setor passou a acumular queda de 2% em 2020. Segundo a associação, a desaceleração no mercado doméstico reflete o enfraquecimento da atividade econômica nacional no 4T do ano passado.
Exportações – Em fevereiro, o setor mostrou crescimento em valores monetários e quantitativos, minimizando a queda de janeiro e melhorando a produtividade do setor.
Após quatro meses de quedas, as exportações de máquinas e equipamentos cresceram 8,8% em fevereiro. Porém, a alta não conseguiu reverter os prejuízos de janeiro, mês que apresentou retração de 26,6%. No acumulado do bimestre, houve queda de 9,6% nas exportações em relação ao mesmo período de 2019.
Segundo a Abimaq, mesmo com o câmbio desvalorizado colabore nas receitas, o setor ainda está abaixo do seu potencial de vendas para outros países. O mercado internacional ainda sente o impacto da desaceleração das principais economias mundiais e o setor de máquinas e equipamentos está se adequando perante o enfraquecimento de importantes clientes.
Entre os principais destinos das vendas de máquinas e equipamentos nacionais nota-se queda de 36,9% para a América Latina e de 36,4% para os Estados Unidos. Registrou-se crescimento de 18% nas exportações dos fabricantes de máquinas para a indústria de transformação e, também, dos fabricantes de máquinas agrícolas, no primeiro bimestre de 2020.
A associação aponta que a pandemia de Covid-19 poderá afetar os pedidos dos meses de março e abril, já que houve a interrupção de diversas atividades e novos pedidos poderão ser adiados para o segundo semestre. Caso a pandemia esteja controlada na segunda metade de 2020, a expectativa é de ocorra um maior volume de negócios a partir de agosto. De acordo com a Abimaq, historicamente, as taxas de investimento pós-crises são mais aceleradas mediante pacotes de estímulo à economia. Portanto, há expectativa de mudança de cenário no médio prazo.
Importações – As importações sofreram desaceleração, registrando crescimento de apenas 2,3% no mês de fevereiro. No acumulado do ano, houve recuo para 13%, contra 19% observado no final de 2019.
Os setores que registraram encolhimento nas importações foram os de bens de consumo (máquinas para plástico, equipamentos gráficos e máquinas para madeira), indústria de transformação (fornos, tratamento superficial, máquina para solda e de controle de qualidade) e o setor de extração de óleo e gás.
Consumo aparente – O consumo aparente de máquinas e equipamentos também registrou desaceleração no mês de fevereiro de 2020 ao crescer 2,1% contra 18% em janeiro do mesmo ano. No bimestre os investimentos em máquinas e equipamentos registraram crescimento de 9,6% contra 12% no mesmo período de 2019.
No 1º bimestre, as máquinas nacionais ganharam participação no total de máquinas consumidas no país. Porém, a Abimaq aponta que não está claro se este movimento foi pontual ou se trata de uma tendência devido a alterações macroeconômicas no câmbio e nos juros.
