(03/11/2019) – Criada há sete anos por dois estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), a Automni, empresa da área de robótica, quer tornar o carro-chefe da companhia, o Rhino, veículo robotizado usado no gerenciamento de centros de distribuição, capaz também de fazer o inventário dos estoques desses centros.
O projeto – batizado de Argos – tem o apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e já está em desenvolvimento.
Consiste no acréscimo de funcionalidades à tecnologia utilizada no Rhino, uma espécie de transpaleteira autônoma que navega sem nenhuma interferência humana, e que é usada hoje por empresas do porte da Unilever, Mercado Livre e Dell.
No Rhino, um sistema acoplado ao veículo recebe ordens por meio eletrônico e, com base no endereço fornecido – “rua” ou local dentro do centro de distribuição –, identifica e entrega o produto desejado.
“A ideia é acoplar ao Rhino um mastro telescópico retrátil munido de câmeras para que, além de entrega e retirada de produtos das prateleiras, o robô possa fazer ainda um inventário completo em todo o espaço destinado ao estoque”, resume André Abrami, um dos fundadores da Automni.
De acordo com Abrami, as câmeras lerão todos os códigos de barra das etiquetas das caixas estocadas. A quantidade de câmeras – assim como o tamanho do mastro – dependerá do número de andares e de prateleiras do centro de distribuição.
O maior obstáculo tecnológico a ser transposto no projeto ao longo dos próximos meses será a aferição dos instrumentos ópticos, de forma a permitir uma leitura precisa dos dados sob qualquer tipo de iluminação. A assertividade da leitura também precisará ser combinada com uma correta velocidade do robô em solo.
A principal vantagem oferecida pelo robô, segundo Abrami, será a economia de tempo: se hoje um inventário leva por volta de dois dias para ser feito, com o novo sistema será possível inventariar tudo no horário do almoço dos funcionários.
“E sem risco de acidentes para eles, pois a realização de inventários exige a coleta de informações muitas vezes em alturas elevadas”, sublinha o empresário.