(04/12/2016) – O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre do ano – R$ 1,580 trilhão – apresentou queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
É o sétimo trimestre seguido de retração e a confirmação da continuidade do quadro recessivo da economia brasileira, pois uma recessão técnica já se configura após duas quedas consecutivas.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o tombo foi de -2,9%. Já em relação ao acumulado do ano, de janeiro a setembro, a queda foi de 4% diante do mesmo período de 2015. Foi a maior queda para este período desde o início da série em 1996. Em 2015, a queda foi de 3,8%.
De qualquer forma, a previsão de bancos e órgãos econômicos era de uma queda ligeiramente maior. O IBRE/FGV, por exemplo, previa 0,99% e o Itaú Unibanco esperava -1,1%.
Na análise dos subsetores da economia, a agricultura foi a que apresentou a maior retração, de 1,4% no terceiro trimestre. A indústria caiu 1,3%, embora com quedas bastante pronunciadas nos segmentos da indústria de transformação (-2,1%) e da construção civil (-1,7%).
O recuo da indústria de transformação foi resultado do decréscimo na produção de máquinas e equipamentos, da indústria automotiva e equipamentos de transporte e de produtos de metal, dentre outros. Mas pelo menos houve um destaque positivo dentro do setor industrial: a área de extração mineral cresceu 3,8%, puxado pela extração de petróleo e gás natural.
Já o setor de serviços registrou queda de 0,6%, com estabilidade no setor imobiliário e alta de 0,1% na administração, saúde e educação e de 0,5% em serviços de informação. Mas a queda foi forte em transporte, armazenagem e correio (-2,6%).
Todos os componentes da demanda – como o consumo das famílias, do governo e o investimento – também caíram na comparação com igual período do ano anterior. Nesse caso, pelo sexto trimestre seguido.
O investimento, que havia tido uma pequena recuperação de 0,5% no trimestre anterior, voltou a cair (-3,1%). A taxa ficou em 16,5 do PIB. As importações caíram 3,1% e as exportações, 2,8%.
De acordo com o IBGE, o cenário negativo quase generalizado pode ser explicado pelo comportamento insatisfatório dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período.