São Paulo, 25 de abril de 2024

30/10/2016

Aprendendo com os jovens: da Indústria 2.0 para a 4.0

(*) Alfredo Ferrari

(30/10/2016) – Os engenheiros e técnicos formados antes da década de 80, que atuam nas áreas de projeto e produção, tinham como principais ferramentas de trabalho a régua de cálculo, a prancheta e a régua T. As consultas técnicas eram feitas em livros e manuais oferecidos pelos fabricantes de elementos de máquinas e de ferramentas de corte. Estes engenheiros e técnicos representam a geração formada, se considerarmos o atual conceito evolutivo industrial, na Indústria 2.0.

Por outro lado, de forma surpreendente, a tecnologia de fabricação de bens duráveis e de máquinas e equipamentos teve nas últimas décadas uma evolução muito rápida até atingir o nível dos dias de hoje, incomparável às ocorridas nos períodos de desenvolvimento de todas as gerações passadas, desde os primórdios da humanidade. Isto é um grande privilégio para todos aqueles que vivenciam esta fabulosa revolução industrial.

Na realidade, engenheiros e técnicos formados no passado, que se atualizaram e estão em atividade, tiveram que assimilar uma jorrada de conhecimentos técnicos que surgiram nesse curto período. O primeiro passo foi dado nas duas últimas décadas do século passado, com o aprendizado das técnicas geradas na era digital, como as tecnologias do comando numérico, do CAD/CAM, além de novos elementos de máquinas e de ferramentas de corte de metal duro e cerâmica de alto rendimento, promovendo a evolução das máquinas-ferramenta e dos processos e meios de produção. Isto foi a base para a Indústria 3.0.

No decorrer dos últimos quinze anos, presenciamos a fantástica evolução da tecnologia da informação e da engenharia do controle e automação que são os ingredientes da Manufatura Avançada e promotores da chamada Indústria 4.0. Elas são novas tecnologias ensinadas nas academias técnicas, cujos jovens estudantes, frutos de uma geração completamente focada no uso da informática. Engenheiros e técnicos mecatrônicos e de produção trabalham em conjunto para projetar e implantar sistemas e células de manufatura flexíveis, fazendo com que diversos equipamentos operem de forma automática e integrada, interagindo entre si, sem intervenção humana, sendo controlados por softwares avançados, responsáveis pelo controle da produção, desde a digitação do pedido até a sua finalização. O objetivo dessas novas tecnologias, sempre que seja possível a aplicação econômica delas para a manufatura de determinados produtos, é aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e diminuir custos.

Engenheiros e técnicos formados no período da Indústria 2.0, que colaboraram na introdução e evolução da Indústria 3.0, agora têm oportunidade de acompanhar a evolução da Indústria 4.0, sendo que para isso estão tendo a oportunidade de obter conhecimentos dessas novas tecnologias junto aos jovens da geração da informática avançada.

A informatização da manufatura é um processo irreversível que está sendo implantada em âmbito mundial nos países industrializados, como o Brasil que está engajado neste movimento, sendo de fundamental importância a atuação dessa nova geração e das academias técnicas que têm a incumbência de prepará-los.

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(*) Alfredo Ferrari é engenheiro mecânico, vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, vice-coordenador da Expomafe e articulista do Canal de Conteúdo A Voz da Indústria.

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