São Paulo, 28 de março de 2024

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01/08/2015

Para Abimaq, taxa Selic está pornograficamente alta

(02/08/2015) – Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, fez um desabafo durante a coletiva de imprensa realizada na semana passada para apresentar o balanço da indústria de máquinas e equipamentos no primeiro semestre – setor que caminha para o terceiro ano de queda consecutiva no volume de negócios. O evento foi realizado simultaneamente à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que decidiria pela alta em 0,5% da taxa Selic – fato já dado como certo mesmo antes da reunião.

Após a apresentação dos dados do setor, Pastoriza fez algumas considerações sobre a tendência de redução da taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em 2015, “já irrisoriamente baixa, num país que precisa aumentar o investimento tanto publico como privado”, disse, acrescentando que naquele momento “o que nos preocupa mais são os rumos que o governo está tomando”.

“Hoje, enquanto estamos aqui reunidos, está sendo realizada a reunião do Copom, em Brasília, para deliberar sobre os caminhos da Selic. Há conversas de que pode aumentar em até mais meio ponto, indo a 14,25%. É uma taxa nominal básica pornograficamente alta. Não existe paralelo no mundo”, disse, lembrando que nos Estados Unidos e em outros países do Hemisfério Norte trabalha-se com taxas próximas de zero.

“O caminho que a Selic está seguindo tem provocado várias distorções. A principal delas é que calcina a maioria dos projetos de investimento, pois não existe investimento que pague 14,25% ao ano – com risco zero e sem que seja preciso mover uma palha”, afirmou. “No exterior, para investimentos igualmente seguros, não se consegue mais do que 0,5% ao ano. E aí outra distorção: como um país que se diz ‘grau de investimento’ pode ser obrigado a pagar 30 vezes mais [para financiar a sua dívida] do que um país com grau de investimento do Hemisfério Norte… Com essa taxa, acaba atraindo capital especulativo que faz com que o câmbio não chegue ao seu ponto de equilíbrio [para a indústria de transformação], mantendo o dólar artificialmente baixo, reforçado pelos swaps cambiais que o governo ainda continua rolando”.

Na opinião de Pastoriza, esses fatos levam o País a uma recessão muito maior “do que se estivesse fazendo o ajuste fiscal com o corte de gastos do governo e não aumentando impostos sobre as famílias e empresas”. O dirigente afirmou que, “quando o governo anuncia que está contingenciando não sei quantos milhões de dólares, dá a impressão de que vai gastar menos. Porém, o gasto será menor apenas em relação ao orçamento e o orçamento para 2015 é substancialmente maior do que o efetivamente gasto em 2014”.

Para o presidente da Abimaq, austeridade real seria gastar menos em 2015 do que se gastou em 2014 e não menos do que se projetou. “Contingenciamento real não existe. Tanto que no primeiro semestre de 2015 se gastou mais do que mesmo período do ano passado”, frisou. “Se o governo, com o ajuste fiscal, fizesse um esforço para enxugar seus gastos e não aumentasse os impostos, estaria, por exemplo, ajudando as empresas a ser mais competitivas e a exportar. Da maneira como está sendo feito só está contribuindo para aprofundar a recessão”.

Sobre a reunião do Copom, a entidade divulgou a seguinte nota:

“NOTA – Reunião do Copom

Como se sabe, o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central reunir-se-á em 29/07/15 e rumores dão conta de que, mais uma vez, deverá haver aumento da taxa básica de juros, a Selic.

Neste contexto, na qualidade de entidades representativas do setor fabricante de máquinas e equipamentos, que representa cerca de 7,5 mil empresas em todo o território nacional, vimos consignar a nossa manifestação de REPÚDIO à possível elevação da Selic.

No atual cenário, a alta dos juros significa mais um duro golpe e uma verdadeira catástrofe para o já combalido setor produtivo, justamente em um momento que o país necessita de mais e não menos investimentos, para que a economia brasileira possa dar sinais de retomada e evitar um mergulho na recessão, com consequente fechamento de centenas de milhares de postos de trabalho.

Estamos convictos de que há outros mecanismos para combater a inflação, enquanto o aumento da Selic, além de considerarmos não ser o instrumento mais eficaz, traz efeitos colaterais extremamente danosos, e talvez irreversíveis, para o setor produtivo, justamente em um momento que o país tanto necessita dar respostas para não perder as conquistas sociais obtidas ao longo dos últimos anos.

Carlos Pastoriza, presidente – Conselho de Administração da Abimaq / Sindimaq”

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